O Brasil vive momentos de grande apreensão e tristeza. A principal razão são as mais de 500 mil mortes causadas pelo coronavírus, cuja pandemia foi potencializada em nosso país por causa da orientação irresponsável e negacionista de Jair Bolsonaro. Trata-se de um genocídio, seja ele intencional ou não.
Além da tristeza por mais de meio milhão de mortes, ainda convivemos com o sofrimento do desemprego, da fome, do arrocho salarial, da retirada de direitos, à exemplo da PEC-32, e da dilapidação do patrimônio público, como ocorreu com a privatização da Eletrobras.
No Distrito Federal o senhor Jair Bolsonaro tem um fiel e subserviente aliado. O governador Ibaneis Rocha, embora não seja um radical de extrema-direita como Bolsonaro, o acompanha nos ataques aos direitos, como ocorreu recentemente com o aumento da contribuição previdenciária, sacrificando os servidores do GDF, além do prejuízo causado pela manutenção do calote.
Nesse contexto é imprescindível que os sindicatos e demais organizações populares assumam o protagonismo, ao lado dos partidos de oposição, no sentido de mobilizar não só as suas próprias bases, mas também a imensa parcela da população que não tem organização própria.
O Sindsasc, nos últimos seis anos, não tem se furtado a cumprir esse papel. Estamos, estivemos e estaremos, sempre ao lado do povo trabalhador, e conscientizando a nossa categoria quanto à importância de irmos muito além de nossas reivindicações específicas. A privatização da Eletrobras nos afeta, assim como a privatização da CEB. O sofrimento do povo sem teto, oprimido pela violência dos despejos, nos afeta. O corte de verbas para educação, comprometendo gerações, nos afeta.
Antes de sermos servidores da assistência social, somos parte da imensa classe trabalhadora brasileira.
Neste momento o povo brasileiro começa a reagir e protestar contra o governo radical de extrema-direita. No dia 29 de maio o Sindsasc foi um dos protagonistas da grande manifestação realizada em Brasília. No dia 19 de junho, novamente, o Sindsasc esteve presente nas manifestações - ato público e carreata - somando esforços com todos e todas que desejam livrar o país desse pesadelo.
No recente 19J, porém, nossa participação ficou aquém da nossa potencialidade e da nossa combatividade, não porque assim o desejamos, mas porque houve uma postura antidemocrática da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo. Juntas, essas duas frentes, em acordo com a Coalizão Negra por Direitos, decidiram excluir da coordenação do ato público todos os sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares que não lhes integram, embora esses mesmos sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares estivessem comprometidos e engajados na construção do 19J.
Trata-se, para nós, de uma postura não só antidemocrática, o que seria por si só condenável, mas é também uma postura divisionista, e, nesse sentido, irresponsável, face à imperiosa necessidade de construirmos ampla unidade de todas as forças sociais e políticas que lutam contra o genocídio e contra o governo da extrema-direita.
O Sindsasc não integra as frentes acima mencionadas. Temos pelas três o mais absoluto respeito e as reconhecemos como parte da liderança daqueles e daquelas que constroem as lutas de nosso tempo. Mas não aceitamos posturas burocráticas. Não compactuamos com divisões. Não toleramos decisões impostas. E repudiamos as exclusões.
Por isso, doravante, o Sindsasc não vai se subordinar a decisões impostas de forma antidemocrática. Teremos a nossa própria estrutura nos eventos, a qual estará à disposição, de forma transparente e democrática, de todos e todas que queiram construir a unidade na luta contra os governos que nos atacam e contra os exploradores e opressores de todo tipo.
"Paz entre nós, e guerra aos senhores", é um dos nossos lemas.
Brasília, 21/06/2021
Diretoria do Sindsasc
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