Para agradar o Centrão e tentar conseguir mais capital político para as eleições de 2022, Bolsonaro colocou o senador Ciro Nogueira (PP) no comando da Casa Civil e resolveu criar o Ministério do Trabalho e Previdência para acomodar seu aliadol Ônix Lorenzoni (DEM). Todas essas medidas servem para Bolsonaro ganhar ainda mais apoio do Centrão e criar capital político para sua tentativa de reeleição. A manobra ainda aproxima Flávio Bolsonaro (Patriota) de um cargo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investiga Bolsonaro por negligência e suposta corrupção na compra de vacinas.
Na Casa Civil, Ciro Nogueira ganhou a promessa de autonomia - e não se pode confiar no que Bolsonaro promete - para negociações entre o Executivo e o Congresso. Isso significa que o centrão tem uma das principais cadeiras do governo federal nas mãos. É uma amostra clara de que Bolsonaro paga caro pelo apoio do Centrão a Bolsonaro nas próximas eleições.
Para não deixar Ônix sem cargo, já que ele foi substituído pelo general Luiz Eduardo Ramos na Secretaria-Geral da Presidência, foi recriado o Ministério do Trabalho e Previdência. O problema é que estamos diante de 14 milhões de brasileiros desempregados, não há um plano para combater essa mazela social.
E não para por aí! A criação do ministério significa que Bolsonaro criou mais de 200 cargos, sem contar as 27 superintendências regionais que a pasta terá Brasil afora. O ministério de Ônix é um cabide de empregos criado de última hora, com o poder de capilarizar o bolsonarismo país adentro. Vale lembrar que Bolsonaro vive seu pior momento de avaliação popular, com 47,5% da população que o avalia como ruim e péssimo.
Com essa série de manobras, Bolsonaro pode conseguir outro objetivo, o de tumultuar a CPI da Covid diante da avalanche de provas de negligência e indícios de corrupção diante da pandemia. Com ida de Ciro Nogueira para a Casa Civil, ele deixa a vaga que ocupava no colegiado da CPI, dando lugar ao seu suplente na comissão Luiz Carlos Heinze (Progressistas), o que dá uma vaga de suplente a Flávio Bolsonaro (Patriota). Assim, o filho de Bolsonaro fica a um posto de se tornar titular da CPI.
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