Matéria do "Bom Dia DF", programa jornalístico da TV Globo, apresentou a situação de famílias que estão tendo dificuldades de atendimento nos CRAS para atualização do Cadastro Único. Embora a dificuldade tenha sido associada à greve, é necessário que sejam reconhecidas outras situações que explicam a demora no atendimento à população, a saber:
Segundo informações da Secretaria de Planejamento, a carreira pública de assistência social tem uma média de 34% de servidores em relação ao que prevê a lei de carreira, considerando os três cargos. Como esses dados são de julho/2023, é certo que neste início de 2024 estejamos trabalhando com 1/3 do pessoal necessário ou até menos e isso independente da greve.
Desde o início o Comando de Greve orientou os servidores a darem prioridade no atendimento aos casos considerados emergenciais, entre os quais estão a atualização do Cadastro Único ou eventuais descumprimentos de condicionalidades que podem levar à perda do benefício.
A categoria está respeitando a decisão judicial e mantendo em greve, atualmente, somente 20% do total de servidores das unidades. Porém, mesmo que não estivéssemos em greve, haveria muita dificuldade em atender à demanda, tendo em vista que somos pouco mais de 2 mil servidores para atender a mais de 370 mil famílias que possuem o Cadastro Único no Distrito Federal, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social.
Ressalte-se que deste número de servidores, somente uma parte trabalha nos CRAS. Nós também atuamos em outras políticas públicas essenciais como a segurança alimentar, o apoio às vítimas de violência, o atendimento à população em situação de rua, acolhimento institucional, etc. Especificamente no CRAS de Sobradinho, mencionado na matéria, são apenas 4 agentes sociais sendo que uma está de licença maternidade.
Uma das finalidades da nossa greve é reduzir a evasão de servidores que, cansados das más condições de trabalho, da baixa remuneração e do mau tratamento por parte do governo, terminam pedindo exoneração, o que abala consideravelmente a nossa capacidade de atendimento.
Somos solidários à população porque, para nós, os benefícios não são apenas estatísticas a serem usadas em propaganda de cunho eleitoral. Para nós, cada benefício pressupõe ouvir com atenção as pessoas e, mais que um dever profissional, o atendimento aos pedidos da população é um gesto de empatia humana.
Foto: Reprodução EBC/Agência Brasil. Vídeo: Globo Brasília.
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