Sindicato dos Servidores da Assistencia Social e Cultural do GDF

SETE EM CADA DEZ BRASILIENSES REJEITAM A CÂMARA LEGISLATIVA

02/05/2017 07:15

SETE EM CADA DEZ BRASILIENSES REJEITAM A CÂMARA LEGISLATIVA

 

Fonte/Reprodução -  Jornal de Brasília

 

Foto: Kleber Lima

Francisco Dutra
francisco.dutra@jornaldebrasilia.com.br

Sete em cada dez brasilienses desaprovam a Câmara Legislativa, conforme mostra pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP). A rejeição popular é alimentada pelos sucessivos escândalos envolvendo os nomes dos deputados distritais, seja em casos graves de suspeita de corrupção, seja na cegueira e lentidão da dita Casa do Povo diante dos problemas do Distrito Federal. E a bronca da população tende a aumentar.

 

Em março de 2016, o desempenho da Câmara era negativo para 57% da população. Agora, mais de um ano depois, em maio de 2017, 67% estão descontentes com a Câmara. Hoje apenas 23% da população julga regular o trabalho dos distritais, enquanto somente 7% dos brasilienses avaliam positivamente as decisões do Legislativo. Isso significa que estatisticamente, em uma conversa com 10 pessoas não haverá uma voz satisfeita com os trabalhos da Casa e dos parlamentares.

De acordo com a pesquisa, 46,9% dos brasilienses classificam o desempenho da Casa como péssimo, enquanto 19,6% considera a performance legislativa como ruim. Para traçar em números a percepção popular, o estudo colheu 2135 depoimentos entre os dias 18 e 21 de abril deste ano. As perguntas foram feitas em 25 localidades do DF. Os dados foram comparados com levantamentos anteriores. O intervalo de confiança é de 95%, tendo margem de erro de 2,5% positivos ou negativos.

“A Câmara continua sendo a Casa dos Horrores. O problema de um deputado contamina a percepção e a imagem de todos os outros. E a pauta negativa de escândalos sobre a Casa é muito forte”, resume o diretor do Exata OP, Marcus Caldas. Na visão do pesquisador, apesar de alarmante, o cenário não aponta o fim do legislativo brasiliense. “A Câmara é importante. O problema não é a instituição. O problema são as atitudes de parte dos deputados”, argumenta.

Segundo o cientista político e professor da Faciplac Valdir Pucci, a Câmara adota uma postura alheia aos anseios da sociedade, buscando atender aos interesses de eleitores pontuais. A decadência do Legislativo está diretamente entrelaçada com a dependência com o Executivo. Para Pucci, a relação entre os poderes hoje é promiscua. Para o especialista, ao invés de se preocuparem com o “toma lá dá cá” de cargos e espaços, os deputados deveriam centrar esforços em fiscalizar o Governo do DF, especialmente nas áreas críticas da Saúde, Educação e Segurança.

“A Câmara só mudará com atos. A Mesa Diretora (responsável pela gestão do Legislativo) não pode mais ser inerte diante dos escândalos. Isso passa a mensagem de favorecimento e enriquecimento indevido. Tudo vai mudar quando os deputados passarem a agir como a sociedade espera que eles ajam. E o cidadão também deve cobrar mais e principalmente votar melhor”, alerta o cientista político.

Presidente cobra ação preventiva

Agir preventivamente, fechando as brechas para novos casos de corrupção. Esta é a prioridade para o presidente da Câmara, deputado distrital Joe Valle (PDT). Nos primeiros meses de gestão, Valle reformulou as regras para gastos com verba indenizatória e de correspondência. Em parceria com hackers do DF, o parlamentar trabalha para abertura dos sistemas de fiscalização do Legislativo à população.

“Estamos trabalhando para ressignificar a Câmara. Ministério Público e a Polícia Civil estão investigando os escândalos que já existem. O trabalho deles é na cura da doença. E eles estão certos. Eu quero agir na causa, quero evitar a doença. Temos um plano para isso, existe um planejamento em curso, metas claras”, garante Valle. Apesar dos desgastes, o deputado acredita que é possível reverter a rejeição da Câmara a médio prazo.

“Todos os legislativos pelo Brasil estão mal avaliados. Os problemas são reais, está aí a operação Lava Jato que não deixa ninguém negar. Mas não tem ninguém aqui nomeado. Todos foram eleitos e representam diversos segmentos da população. Por baixo de todos os escândalos, pulsa uma Câmara que gera bons resultados realmente positivos para o DF. A maioria da população desconhece. E como ainda não inventaram nada melhor do que a Democracia, vamos ressignificar a Câmara e mostrar este lado”, comenta.

 
 


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