Deputados votam destaques da reforma da Previdência com policiais armados e Câmara fechada
Governista, presidente da comissão especial, Carlos Marun (PMDB-MS), ignora apelo da oposição para retirar policiais e liberar acesso a público externo. Só credenciados e indicados por partidos podem entrar na Casa. Destaques já estão em votação
Logo no início da reunião, durante apresentação das questões de ordem, os deputados Ivan Valente (Psol-SP), Pepe Vargas (PT-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), André Figueiredo (PDT-CE), Bebeto (PSB-BA) e Alessandro Molon (Rede- RJ) pediram a suspensão da sessão para pedir a Rodrigo Maia a retirada das grades e a liberação do acesso do público externo.
A oposição também reclamou da presença de policiais legislativos portando armas de fogo dentro da Câmara. “Não me lembro, em 20 anos de casa, de polícia entrar armada aqui dentro. Isso pode degenerar para qualquer coisa”, disse o deputado Valente, sustentando que a situação é inconstitucional.
A restrição de acesso e o uso de policiais armados foram medidas adotadas para evitar protestos, como os da semana passada, quando agentes penitenciários interromperam a votação dos destaques e ocuparam o plenário da comissão. Eles protestavam contra a decisão do relator, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), de excluí-los da lista das categorias beneficiadas com aposentadoria especial.
O deputado governista Julio Lopes (PP-RJ) afirmou que o pedido dos oposicionistas para interromper a sessão para pedir que presidente da Câmara revogasse o cerco era uma “demagogia detestável”, o que gerou reação. Marun pediu para que o deputado retirasse suas palavras, mas Lopes disse ter “direito a manifestar sua opinião”.
A bancada do Psol promete fazer manifestação em uma das entradas da Câmara, no início da tarde, para protestar contra o cerco à Casa.