Para que a minuta produzida no Grupo de Negociação seja transformada em Projeto de Lei.

Cansados(as) de não terem o seu trabalho respeitado pelo GDF, os servidores e servidoras da carreira pública de assistência social estão em greve.

Essa carreira atende a mais de 370 mil famílias do Distrito Federal. O governo faz propaganda e auto-promoção com o resultado do nosso trabalho, mas não nos valoriza.

Foram 6 meses pedindo diálogo com o governo. Finalmente, em junho deste ano, foi constituída mesa de negociação cujos trabalhos foram concluídos após mais de 60 dias e várias reuniões. A minuta ao final produzida teve a participação direta de cinco secretarias de estado, além da Consultoria Jurídica do Gabinete do Governador.

Essa minuta, é preciso dizer, está longe do que foi originalmente reivindicado pela categoria. Mesmo assim, os servidores e servidoras da Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria da Mulher e Secretaria de Justiça e Cidadania, reunidos em assembleia, a aprovaram.

Considerando a atual lei de carreira, a 5184/2013, a minuta contém 19 alterações, das quais 15 não têm impacto financeiro. O único ponto que falta definir são as datas de implantação dos itens com impacto financeiro. Quanto a isso a categoria está aberta ao diálogo, ao contrário do governo, que age com truculência.

Se para o governador Ibaneis e seus secretários e secretárias envolvidas, o Grupo de Negociação foi só uma encenação, para nós foi coisa séria.

Os servidores e servidoras da assistência social, representados legalmente pelo Sindsasc, repudiam essa esperteza do governo. A "esperteza" não é uma virtude humana, é um defeito.

Se hoje ainda existe política pública de assistência social no DF, isso se deve, fundamentalmente, às greves da categoria em 2016 e 2018, as quais arrancaram, com muita luta, o concurso público de 2018. Foi também com muita luta da categoria, com assembleias e paralisações, que conseguimos as nomeações dos aprovados no concurso.

Para esse governo de "espertos", que não reconhece a importância e o alcance social do nosso trabalho, apesar dele se aproveitar de forma oportunista, deixamos um trecho do poema de Bertolt Brecht:

"Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?"

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