Essa paráfrase da célebre canção de Caetano Veloso, Cajuína, destina-se à reflexão sobre o que se passa no Brasil, neste final de ano.
Um minúsculo grupo de milionários e bilionários, também chamado de "mercado", atenta contra o país, numa violenta especulação financeira, principalmente com o câmbio real/dólar.
Outro grupo, também minúsculo em número, e ainda mais minúsculo em estatura moral, porém com maioria no Congresso Nacional, chantageia com a pauta de votação na Câmara dos Deputados. Não abrem mão das chamadas emendas parlamentares, em especial daquelas de difícil rastreabilidade.
O que une esses dois grupos? A defesa consciente dos seus próprios interesses, em detrimento dos interesses da classe trabalhadora e do pequeno e médio empresariado.
O governo federal, pressionado por esses dois grupos minoritários porém muito poderosos, apenas cede, desprovido de uma base social que deveria estar mobilizada, numa linha de confronto com o "mercado" e com o Centrão.
Se considerarmos os interesses da classe trabalhadora, o ajuste fiscal proposto pelo governo federal tem mais itens negativos que positivos. Um dos positivos é a determinação que 50% das emendas parlamentares de Comissão sejam destinadas ao SUS.
É preciso reconhecer que a alta burguesia brasileira tem uma notável consciência de classe. Ela atua sem nenhuma trava moral, sempre em defesa dos seus próprios interesses.